segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS.


, Índice
A mensagem que toda história transmite...........
As histórias e a formação de valores
As histórias e o processo educacionaL
Ficha de análise do livro...................
Histórias: uma maneira de encantar.........
Elementos da história..
Ficha de preparação da narração de uma história
Dicas para contar uma história................
Como potencializar o efeito de uma história...
Como fazer um projeto..
Bibliografia..



A mensagem que toda história transmite
Como a criança observa o mundo
Muitas vezes não nos damos conta da forma como as crianças estão observando o mundo. Conseqüentemente, como elas estão formando os seus conceitos sobre a vida, os adultos, o que é certo e o que é errado, ou sobre o que é produtivo ou improdutivo.
Iludimo-nos achando que ela irá absorver somente aquilo que lhe é dado nos momentos "formais" de educação: na escola, na igreja ou em casa, naqueles momentos que os pais elegem para, cuidadosamente, transmitirem conceitos que julgam importantes.
Mas não existe nenhuma garantia de que as coisas são assim, ou melhor, elas não são assim! Ao lado dessas informações estão concorrendo outras: conversas de outros adultos, dos amigos, dos meios de comunicação como a televisão e as revistas e mesmo aquelas vindas da observação que a criança faz do comportamento dos próprios pais e professores, nos momentos em que estes estão mais descontraídos, nos quais não se sentem na situação de "estar passando uma mensagem".
Mas ocorre que tudo, absolutamente tudo o que nos rodeia, e, no caso, rodeia a criança, está passando mensagens. Nesta era de comunicação, somos bombardeados por mensagens e os mais capazes comunicadores se empenham em ganhar a atenção, tanto de adultos como de crianças.
o que atrai a atenção da criança
Nesta competição pela atenção, vencerá aquele que falar da forma mais adequada, mais atraente ao público para o qual a mensagem se destina.
No caso de crianças, atrairá mais atenção aquele que usar uma mensagem acessível e bem humorada, acompanhada de ação, música, desenhos engraçados e de cores vistosas, bichinhos e seres fantásticos.
Assim, a criança tende a prestar mais atenção às mensagens apresentadas dessa forma do que aquelas apresentadas formalmente pelos adultos responsáveis pela sua educação.
Podemos concluir que a formação das crianças é uma mescla daquilo que controlamos com momentos incontroláveis, vindos de diversos meios de comunicação que atraíram a sua atenção.
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As histórias e a formação de valores
Poderemos controlar uma boa alfabetização, garantir o aprendizado de geografia, falar inglês, tocar piano. Mas como poderemos controlar a formação do caráter? A adoção de valores? Uma conduta ética que leve à formação de um adulto construtivo em sua comunidade?
A adoção de um conjunto de valores que norteie a vida de uma pessoa é algo absolutamente íntimo, não se força e nem se obriga. Este processo encerra uma escolha, que deve ser livre e fruto do entendimento de que a decisão de adotar determinado valor é uma forma de conduta que lhe trará satisfação e poderá conduzi-lo a boas realizações.
Assim, para possibilitar essa escolha é necessário que sejam apresentados alguns exemplos de conduta, de modo de vida, de adoção de atitudes e valores que levem a resultados satisfatórios para quem os está vivendo, à sua família, aos seus amigos e à sociedade em geral.
Em outras palavras:
é preciso que Ihes contem histórias...
As histórias ensinam a viver. Elas encerram anseios, desafios, vitórias, derrotas e conquistas. O encadeamento do enredo exemplifica modos de vida e o final, geralmente feliz, é um alento, uma esperança, uma diretriz que mostra que aquele que agir assim também poderá obter a felicidade.
Assim, chegamos às conclusões:
Se as crianças estão mais abertas a mensagens alegres, que falem sua linguagem simples...
                                         e
...se as histórias são capazes de fornecer referências para a formação do caráter da criança...
podemos concluir que as histórias são uma excelente forma de ensinar!



As histórias e o processo educacional
Para que uma história possa ser utilizada com êxito em um processo educacional é necessário que ela atenda a dois requisitos: qualidade e forma.
Histórias: uma maneira de educar...
Qualidade: Mensagem que a história transmite
Para perceber o conteúdo educacional de uma história, o primeiro passo é estar convencido que as histórias são um meio eficiente de transmissão de uma mensagem educacional.
A partir daí, o educador passa a olhar com outros olhos as histórias que se apresentam a ele como "possíveis" de serem contadas. E mais do que isso, o contador passa a ser um ávido colecionador de histórias, procurando ver nelas, além da graça do roteiro, a qualidade da mensagem e como poderão impactar os seus ouvintes.
Existem histórias em que a mensagem é evidente, mas há outras nas quais a mensagem está mais escondida e é preciso espírito de explorador para poder encontrá-Ia... mas vale a pena! As recompensas são tesouros, nos dão a impressão de pertencerem somente a nós, já que os descobrimos.
Em seguida vem a escolha; ao entendermos o uso de uma história como um momento privilegiado para a transmissão de conceitos, percebemos a importância da sua escolha. Na verdade, estaremos decidindo o tipo de conceito que desejamos transmitir. Mais do que isso, o tipo de ação transformadora que desejamos desencadear!
Por isso, muitas vezes, o processo pode acontecer ao contrário. Após elegermos um determinado valor a ser transmitido, capaz de deflagrar um comportamento necessário ou desejável, é que passamos a procurar uma história que contenha esta mensagem.
Assim, o contador de histórias, que se vê primeiramente como um educador, deve ser conhecedor de inúmeras histórias, sobre cujos conteúdos tenha perfeito entendimento. E, embora este acervo esteja nos livros da biblioteca de sua escola ou nas estantes de sua casa, ficam também disponíveis em um baú imaginário próprio e exclusivo, como tesouros a serem usados quando o momento solicitar.
É preciso comprometimento para que o conteúdo educacional de uma história seja transmitido de forma fiel.



As crianças poderão recebê-Io através da leitura de um livro, mas isto está longe de ser um ato unilateral. O educador deverá motivá-Ia, criar expectativa sobre o seu conteúdo, acompanhar a forma como a criança está absorvendo cada uma de suas páginas, dialogar com suas personagens, caminhar, e ensinar a criança a caminhar, no local onde a história está se desenrolando.
O educador poderá optar por contar a história às suas crianças; para isso, ele deve se assegurar de que suas palavras e o uso dos recursos auxiliares poderão transmitir fielmente a mensagem.
O panorama onde as histórias se desenrolam contém elementos importantes para a sua compreensão; o narrador deverá descreve-los com exatidão. Por exemplo, na história "A semente da verdade"!, é importante deixar claro que o principal objetivo do imperador era encontrar alguém digno de sucedê-lo; também é importante realçar o empenho que o menino teve em cuidar da semente, para que a criança possa entender a estratégia do rei e valorizar a lealdade do menino.
Deve-se também tomar cuidado com as circunstâncias que envolvem a história; pode acontecer que o protagonista tenha ações nobres, mas seja pouco cortês ou arrogante. Tudo estará sendo absorvido pela criança e nem sempre podemos controlar a intensidade com que isto acontece; assim, devemos estar atentos a todos os tipos de mensagens que estamos transmitindo.
Aspectos do desenvolvimento que as histórias proporcionam
Na escolha e preparação da história, o educador deve estar ciente de que ela também estará contribuindo com o desenvolvimento das crianças nos seguintes aspectos:
. Afetividade
. Raciocínio
. Senso crítico
. Imaginação
. Criatividade



Afetividade: As histórias são importantes em um processo educacional primeiramente porque as crianças gostam delas. E todas as vezes que estamos trabalhando com algo que é do agrado do público, começamos com vantagem, aumentam as possibilidades de sucesso. Isto também gera um ambiente agradável, e um ambiente agradável contribui para um bom relacionamento. Boas relações permitem o diálogo, que acaba gerando uma maior compreensão do outro, maior respeito, e, conseqüentemente, uma relação de amor.
Raciocínio: À medida que a criança vai lendo ou ouvindo uma história, ela vai acompanhando-a mentalmente. Na história "O grande dia” ,  ela acompanhará com interesse as estratégias elaboradas por Rodrigo: por que será que ele não joga futebol também? Fará conjecturas: será que ele não gosta? Será que os outros jogadores não o querem? Ela procurará antecipar o final, e quando este chegar irá, compara-lo com aquilo que pensou. O enredo das histórias incita o raciocínio e a reflexão.
Senso crítico: Acompanhar o enredo de uma história forçará uma análise, um posicionamento. Ainda na história "O grande dia”, o fato de o protagonista ter uma necessidade especial, levará à reflexão sobre a exclusão e sobre como as diversas potencialidades de uma pessoa podem ser exploradas. Este processo pode acontecer tanto espontaneamente como suscitado pelo professor, através de discussões em grupo, jogos e outras atividades lúdicas.
Imaginação: As histórias podem levar aos mais diversos mundos: uma escola ideal, um bairro alegre, um acampamento... Também podem levar a lugares fantásticos: um palácio real, uma caverna subterrânea, sobre as nuvens e dentro do mar. Nelas conhecemos duendes, dragões, bruxas e fadas, mas também conhecemos pessoas comuns, iguais a nós. Por meio das histórias, as crianças podem conhecer novas personagens, novas situações e sentir novas emoções.
Criatividade: Os elementos contidos nas histórias fazem com que as crianças obtenham novas referências, vindo a formar um repertório de imagens e situações. Essas novas referências misturadas entre si poderão formar situações absolutamente novas, introduzindo as crianças em um processo de criação.



Ficha de análise do livro
A seguir apresentamos uma ficha que auxiliará na classificação da mensagem educacional de uma história.
Nome da história:







Mensagem que a história passa:







Fato principal para a







transmissão da mensagem:










  •  





Fatos preparatórios para a


  •  





compreensão da mensagem:









  •  





Aspectos culturais, científicos







ou sociais presentes na história:











Afetividade




1
2
3
4
5




Raciocínio




1
2
3
4
5
Intensidade com que a história


Senso crítico

  atinge os objetivos educacionais:


1
2
3
4
5




Imaginação




1
2
3
4
5




Criatividade




1
2
3
4
5


Alegria



Limpeza


Coragem



Responsabilidade


Justiça



Confiabilidade


Paz



Honestidade
Valores sociais e morais

Amor



Misericórdia
trabalhados na história:

Cortesia



Solicitude


Lealdade



Cooperação


Respeito



Igualdade


Compartilhamento



Paciência


Disciplina



Tolerância



Histórias: uma maneira de encantar...
Forma
Uma boa mensagem é um excelente começo, é o mais importante quando pensamos no objetivo educacional. Mas ela de nada adiantará se não chegar até a criança. Para isso, ela precisa ser apresentada de forma alegre, leve, colorida, com jeito de criança.
A história lida
Muitas vezes a história está tão bem escrita, a mensagem está tão clara e as ilustrações transmitem tão bem o que se deseja, que é imprescindível colocar o livro na mão da criança. O educador também poderá optar por ler ele mesmo a história para as crianças ou motivá-Ias a lê-Ia.
Qualquer uma das formas não deve ser mecanicista e o educador precisa se envolver neste processo. A leitura é o centro de todo um processo que não começa quando se abre a primeira página e nem tampouco se encerra no fechamento do livro.
A história é um contexto através do qual podemos discutir com nossas crianças um assunto, uma forma de pensar, uma conseqüência...
As crianças ficam motivadas a ler uma história à medida que percebem que o educador já leu, já a conhece. Existem muitas maneiras criativas de incentivar a leitura:
. Apresentar a sinopse do livro por meio de um jogo.
. Começar a contar a história com o grupo e, depois disso, pedir que cada um faça a sua
    leitura individual.
. Pedir que os participantes de uma dupla leiam diferentes histórias e, depois disso, que
    cada um conte para o outro a história que leu.
. Trabalhar quatro ou cinco histórias diferentes com o grupo e depois fazer uma
   "sessão de contos" em conjunto, em que cada um tenta adivinhar o que o outro leu.
O livro poderá ser ampliado para ser um livro gigante, que todos possam ler em conjunto, ou ser apresentado em um "cineminha". Certamente, estas formas inusitadas de ler encantarão as crianças.
O importante é ver uma história como o centro de um processo, do qual fazem parte outras formas de comunicação: jogos e atividades lúdicas que tomam como base o seu enredo.



A história contada
o contador de história deve ser encantador, ter graça, prender a atenção da platéia. E, ao contrário do que a maioria acha, ser um bom contador de história é muito mais técnica do que dom.
Uso da voz: A voz é a ferramenta maior do contador de história. Em primeiro lugar, ele deve se assegurar de que todas as pessoas o estão entendendo. Sua voz deve ser clara, com boa dicção, pronunciando as palavras devagar e corretamente cada uma de suas sílabas, falando claramente cada encontro vocálico ou consonantal, pronunciando os finais com as letras R, S e l.
A voz deve ter bom volume; não pode ser baixa, a ponto de necessitar esforço para escutá-Ia, nem deve ser muito alta, pois isso irrita e prejudica a cumplicidade que o narrador e os ouvintes devem ter.
A entonação, mais grave ou aguda, permite compor uma série de personagens. As crianças adoram ouvir a voz estridente da bruxa e a voz "grossona" do urso.
A combinação dos elementos "velocidade" e "volume" também passam emoções: uma voz ligeiramente mais alta e mais rápida, passa momentos de perigo; uma voz, um pouco mais baixa do que a da narração normal e um pouco mais lenta, passa uma sensação de segredo, suspense. Usar esses artifícios muito simples dá colorido à narração.
Postura facial e corporal: A voz, evidentemente, não vem sozinha; ela vem acompanhada de um corpo que precisa falar a mesma "linguagem". O contador deve entregar-se por inteiro à narração: o corpo deve estar ereto, em uma posição na qual todas as crianças possam vê-lo, e é errado fazer qualquer ato que não tenha sentido com a narração que está fazendo (se coçar, jogar os cabelos, acenar para quem está passando, etc.). Os gestos devem ser comedidos e utilizados apenas quando a história permitir, sendo que neStes momentos podem até ser exagerados: abrir os braços para mostrar que algo é bem-vindo, pôr as mãos na cabeça em sinal de susto, "abraçar-se" para mostrar aconchego, etc.
A expressão facial também deve ser cuidada, e para isso deve-se treinar na frente do espelho, pois o fato de estarmos "sentindo" uma emoção não assegura que a estamos transmitindo.



Recursos auxiliares: Existem narradores habilidosos capazes de prender a atenção de uma platéia sem usar qualquer recurso. A maioria das pessoas pode chegar a isso com
dedicação e treino. Porém, o uso de recursos auxiliares é muito útil para aumentar a atenção da platéia, pois colaboram com a sua graça e colorido. Na verdade, eles não passam de brinquedos manuseados pelos adultos para deleite das crianças,
por isso, elas os adoram. São os fantoches, marionetes, bocões, maquetes, teatros de sombras e outros, que nos auxiliam a contar a história.
Durante a narração simples, o educador pode também utilizar alguns recursos: um chapéu de fada, um manto real, as crianças poderão beber um pouco do mel do favo que o ursinho acabou de acha~ todos poderão cheirar o terrível gás de hortelã que sai das narinas do dragão. A receita não é difícil: imaginação, um pouco de irreverência, descontração e bom humor. É fácil encantar as crianças, elas são simples, ingênuas e se divertem muito com estas pequenas coisas.



Elementos da história
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Compreender os elementos da história é importante para dar colorido à narração:
Personagens: É importante distinguir as personagens da história, saber quais são as
principais, as secundárias e as supérfluas. Das principais, necessitamos conhecer bem as características, para poder transmiti-Ias aos ouvintes de forma que eles possam imaginá-Ias e, com isso, compreender melhor a história. Das secundárias não precisamos ter tanto conhecimento e as supérfluas geralmente são apenas mencionadas.
Cenário: É o local onde se desenrola a história. É interessante conhecer mais sobre ele, indo além do que está escrito no livro. Isto nos levará a circunstâncias que poderemos utilizar durante a narração ou para criar alguma atividade complementar que reforce o conteúdo da história.
Desafio central: As histórias geralmente têm o seu núcleo em um conflito principal, e o seu desenrolar vai se ocupar de fazer com que o ouvinte entenda e se envolva com este conflito, acompanhando-o atentamente e torcendo por um final feliz, que na maioria das vezes acontece. Muitas vezes, além desse conflito central existem os periféricos que tornam a história mais empolgante; quando isso acontece é preciso ter cuidado para não dar muita ênfase a eles e deixar a narração confusa.
o ritmo de uma narração
Uma narração é uma sucessão de emoções: surpresa, dúvida, encantamento, medo, ansiedade, alívio, revolta, admiração, alegria e tantas outras.
Para conseguir o envolvimento da platéia é necessário suscitar estes momentos de emoções de uma forma planejada, em que eles estejam estrategicamente colocados e alternados.
Uma boa narração precisa ter ritmo e para empregá-Io é necessário entender as partes que compõem uma história: introdução, enredo, ponto culminante e desfecho.



Ficha de preparação da narração de uma história
Título:


Extraído do livro:


Autor:


Sinopse:


Conflito principal:





Nome, descrição e função das


personagens principais:








Nome e função das personagens


secundárias:





Personagens supérfluas:


Cenário:


Introdução:


Enredo:


Ponto culminante:


Desfecho:



Andoche
Cineminha

Dramatização
Maquete
Possibilidade de uso de recursos

Teatro de sombras
auxiliares:
Quadros



Dedoches

Bocão



Marionetes

Fantoche
Teatro de velcro

Radionovela
outros
Interações possíveis com as


crianças:


Jogos, dinâmicas, trabalhos


manuais que podem ser utilizados


após a narração:





Dicas para contar uma história
1 Fazer a escolha cuidadosa da "sua" história. Escolher aquela que bate com a sua forma
     de pensar, que o encanta e incita a sua imaginação.
2 Estudar a história entendendo os seus elementos principais: personagens, cenário, conflito principal. Refletir sobre a sua mensagem educacional, destacando quais são as situações usadas para a sua transmissão. Dividi-Ia nas quatro partes: introdução, enredo, ponto culminante e desfecho. Preencher as fichas, páginas 10 e 15.
3 Decidir se na narração serão usados recursos auxiliares e, neste caso, quais.
4 Fazer uma adaptação da história visando à adequação aos recursos auxiliares e à narração com as suas próprias palavras. Providenciar os recursos auxiliares, como fantoches, adereços, etc.
5 Contar a história para si mesmo, em voz alta, para detectar os pontos de maior dificuldade e os que podem ser aproveitados para dar maior ênfase. Preferencialmente, fazer diante do espelho.
6 Minutos antes da narração, reler a história, ou a sua adaptação. Isso relembrará
     elementos da história e permitirá "entrar" no clima.
7 A história deverá ser contada sempre após as crianças estarem ambientadas e terem satisfeito suas principais expectativas com o ambiente e umas com as outras. Preferencialmente após uma atividade agitada.
8 Sentar as crianças em círculo com o narrador fazendo parte dele.
9 Iniciar comentando alguns de seus aspectos principais, para que as crianças coloquem suas experiências sobre eles, minimizando as possibilidades de interrupções durante a história.
10 Entregar-se à história, de forma confiante e calma, valorizando todos os esforços
      empregados para a sua escolha e estudo.
11 Não permitir interrupções; caso alguma criança queira interromper, fazer um sinal com
      a mão mostrando que depois da narração a criança será atendida.
12 Após a narração, o diálogo poderá ser incentivado, nunca, porém, concluído pelas
      crianças. Atender àqueles que quiseram se manifestar.



Como potencializar o efeito de uma história
o que fica de uma história?
Após a preparação cuidadosa, chegou o momento da narração. Ela transcorreu com êxito, os olhos das crianças brilharam, foi nítida a emoção que elas sentiram. E pela indignação, concordância e alívio que seus rostos transmitiram, elas compreenderam perfeitamente a mensagem que desejávamos transmitir. E agora?
Será que estes "quinze minutos" apenas justificam tanta preparação? Será que eles serão capazes de infiltrar na mente das crianças os valores que desejamos passar? Será que eles terão força suficiente para orientar ou transformar comportamentos?
É uma resposta difícil. Como na parábola do semeador, haverá sementes que cairão em solo fértil: germinarão. Haverá aquelas que cairão no deserto: permanecerão esquecidas. E haverá aquelas que necessitarão de calor e sol para germinar, demorarão mais, mas irão se tornar plantas e darão frutos.
É preciso oferecer as mais diversas possibilidades às crianças. Histórias variadas, que possibilitem suscitar inúmeras emoções, sentimentos variados, exemplos distintos. Essas experiências irão se juntar com aquilo que ouviram de seus pais e professores, que viveram, experimentaram e que formarão um conjunto de experiências capazes de possibilitar as suas próprias escolhas, que nortearão as suas vidas e serão um esteio nas horas mais difíceis.
Atividades lúdicas que potencializam as histórias
É possível potencializar o efeito de uma história promovendo atividades que usem os seus diversos elementos:
Dramatização:
  . As crianças podem dramatizar a história de forma tradicional, por meio de mímica,
         música, quadros parados, radionovela. Podem fazer o cenário, o figurino em papel
         crepom ou jornal.
     . As crianças podem dramatizar a história com fantoches fornecidos ou criados por
         elas. Podem fazer um teatro de sombras ou uma maquete.
      . Pode-se solicitar que essa dramatização use os elementos da história em um
         enredo criado por elas: como esta história continuou?; como esta história seria se
         faltasse ou se acrescesse determinado elemento?
  . Apresentar uma canção da terra do Hiroshi. Um almoço típico 3.
, Bem-vindo, Hiroshi. Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.



Adaptando jogos:
Os jogos permitem adaptações para que as crianças vivenciem a história.
. Em um jogo de pegar, o pegador pode ser o dragão.
. A organização pregada no livro "Ordem é progresso,,4 pode ser vivenciada em
um revezamento.
. Em um jogo de bola, a mesma pode representar as diversas espécies de lixo, e os
   seus arremessos só valerão pontos quando caírem no cesto certoS.
. A estratégia de um jogo pode estar montada em zonas que representam águas
paradas, que precisam ser eliminadas para evitar a proliferação da dengue6. . Um jogo de mímica pode ter como desafio representar tipos de trabalho voluntári07. . Em um jogo de perguntas e respostas o desafio pode ser a seqüência e a
   interpretação das frases do Hino Nacionais.
Artesanato:
. Apresentar em forma de "história em quadrinhos".
. Reproduzir cenas da história em argila.
. Fazer um quadro para ser o cenário do teatro de fantoches.
. Fazer a maquete de uma cidade para que o professor Bóris ensine as regras de
trânsit09.
. Fazer um castelo em papelão, madeira, tecido e argila. Uma floresta de jornal
  pintado.
. Fazer os bonecos em papier mâché, desenhar um figurino para a princesa,
   para o ratinho Felício, etc.
. Outras manifestações artísticas e lúdicas.
O enredo e as mensagens educacionais de uma história também podem ser usados como tema para reflexão em diversas dinâmicas de grupo.
. Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.
, Papel e casca só se põem no lixo. Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.
. Dengue, nunca mais! Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.
, Voluntário Fazendo Acontecer. Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.
. Juca Brasileiro e o Hino Nacional. Patrícia Secco. Editora Fundação EDUCAR DPaschoal, Campinas, SP.
. Prof. Bóris em Educação no Trânsito. Luciana de Almeida e Cássia Isabel Costa Mendes. Editora Fundação EDUCAR
DPaschoal.



Como fazer um projeto
1 Identificar uma história que apresente uma mensagem capaz de transmitir valores e
     estimular a cidadania.
2 Selecionar uma forma de apresentar essa história para as crianças por meio da sua
     leitura e/ou da sua narração.
3 Fazer um planejamento de atividades que possam potencializar essa história,
     harmonizando os elementos do enredo com a mensagem educacional que ela encerra.
4 Estabelecer uma forma de avaliação da absorção da mensagem por meio das próprias
     atividades.
5 Fazer o registro do planejamento e da aplicação por meio de relatórios, fotos,
     depoimentos e outros, de modo a permitir a sua aplicação em outras oportunidades.
Projetos feitos com histórias
Após ter-se estudado uma história para narrá-Ia cuidadosamente, ter-se trabalhado com as crianças com determinado livro, ter-se aplicado algumas atividades, houve tanto interesse, as crianças aproveitaram tanto a mensagem que a história se encerrou e ficou a vontade de fazer algo mais. Este algo mais é um projeto.
Um projeto vem a ser um planejamento de diversas atividades, que têm como objetivo principal transmitir uma mensagem educacional contida em uma história, aproveitando os seus elementos.
Para fazer isso, basta que destaquemos com muita precisão o núcleo em que a história se desenvolve, por exemplo, usando a história de Pinóquio, cujo valor trabalhado é a vulnerabilidade do mentiroso. Podemos fazer um projeto que usa os elementos da história ao mesmo tempo em que reforça a importância da verdade. Em resumo, estaremos trabalhando a verdade em oposição à mentira, e o enredo do Pinóquio é apenas o atrativo para as crianças.



Projeto "Vale Pinóquio"
1 a semana (1h)
Contar a história.
Deflagrar a Campanha "Vale Pinóquio".
As crianças recebem um talão com 10 vales, cada um deles vale uma verdade e deve ser preenchido pela criança todas as vezes que ela vencer um impulso de mentir. Cada criança recebe também um desenho do Pinóquio feito em branco e preto e a traço. A cada vale preenchido entregue ao educador (significando que venceu o impulso de mentir), ela recebe uma peça colorida para ser colada sobre o desenho do Pinóquio. Estas peças devem ser em número de 10 e preencher por completo a figura. No final do período, após as 4 semanas, as crianças, independentemente de terem preenchido o quadro colorido ou não, que desejarem continuar se esforçando para falar a verdade declaram isso e recebem o "Diploma da Verdade", Todos os julgamentos são feitos pelas crianças sem interferência de qualquer adulto, pois o objetivo é fazer a criança refletir.
2a semana (3 h)
Jogos sobre Pinóquio e a verdade.
3a semana (2 h)
Artesanato: Construir um boneco de madeira.
4a semana (3 h)
"Festival da Verdade": os diversos talentos são apresentados usando a história e o tema "verdade" como fundo. Podem ser apresentadas: canções, versos, esquetes ou feita uma exposição sobre quadros, esculturas e outras manifestações artísticas.
Entrega do "Diploma da Verdade".



Projeto "Tudo Organizado"
Baseado no livro "Tudo Organizado"lO
1 ° dia - Leitura do livro.
As crianças são divididas em pequenas equipes, cada qual com um nome. São relacionadas tarefas de organização da classe: limpar o chão, recolher o lixo, arrumar as carteiras, apagar a lousa, guardar os livros de classe, etc. Faz-se um quadro de escala das tarefas das equipes para o mutirão "Tudo organizado".
Pode-se fazer o mutirão com as outras turmas que ocupam a mesma classe, e disso surgem tarefas de comunicação entre as turmas: fazer um quadro de avisos, mandar mensagens, etc.
2° dia - Execução das tarefas do mutirão.
As crianças criam formas de organização da fila de alunos utilizada para a entrada e saída da sala de acordo, com outros parâmetros de organização: pela ordem alfabética do nome, dia do nascimento, tamanho do pé, etc. Estas formas de organização são utilizadas nos dias seguintes do projeto.
3° dia - Execução das tarefas do mutirão.
As crianças fazem uma atividade lúdica utilizando um meio concreto (desenho, grãos em uma garrafa, fios de lã) para visualizarem como gastam o seu tempo e como poderão se organizar de forma diferente.
4° dia - Execução das tarefas do mutirão.
Atividade: O "Rei da mochila". As crianças dão nota de 1 a 5 para todos os objetos que trazem na sua mochila de acordo com a utilidade dos mesmos, tentando eleger o "Rei da mochila". Podem fazer o mesmo na sala de aula, ou com o seu quarto, como lição de casa.
A tarefa seguinte será tornar os objetos inúteis em úteis levando-os para outros lugares em que possam ser aproveitados.
5° dia - Execução das tarefas do mutirão.
Para o encerramento do mutirão, pode-se fazer uma confraternização com todas as turmas que ocupam (e cuidam) da mesma sala.
Pode-se fazer também um mutirão de organização da biblioteca, da despensa da cozinha, do armário de material de escritório na escola ou em uma organização social.

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